Espanha irá proibir a caça ao lobo-ibérico em todo o território
4 de Fevereiro de 2021, hoje é um dia muito importante para este animal.
Espanha decidiu finalmente retirar o Lobo da lista de espécies cinegéticas passando assim a ser uma espécie protegida.
O Lobo Ibérico, como o próprio nome indica é uma subespécie exclusiva da Península Ibérica, não existe em mais lado nenhum.
Lobo-ibérico irá ser incluído na lista de espécies selvagens em regime de protecção especial em todo o país. Associações de defesa dos animais elogiam a decisão, mas produtores agro-pecuários estão descontentes.
© PEDRO CUNHA
Para a associação Ecologistas en Acción, 4 de Fevereiro é um dia “histórico para a protecção do lobo-ibérico”. A Comissão Estatal para o Património Natural e a Biodiversidade votou, esta quinta-feira, a favor da inclusão do lobo-ibérico na lista de espécies selvagens em regime de protecção especial, o primeiro passo para a proibição da caça à espécie.
“O lobo é uma espécie-chave nos ecossistemas, sendo a sua conservação um desafio necessário, indissociável da defesa da biodiversidade ibérica”, escreve a associação no seu site, congratulando-se com este entendimento, depois de “anos de mobilizações sociais e muitas denúncias das organizações ecologistas”.
Em Espanha, as leis de protecção do lobo diferem entre regiões. Se, a sul do Douro, é já proibida a caça ao lobo-ibérico, a norte ainda existem excepções. A caça é permitida quando aumentam os ataques de lobos em certas localidades e o gado doméstico fica em perigo. Estima-se que em 2017, o último ano com registos sobre a espécie no Anuário de Estatística Florestal, tenham sido caçados, de forma legal, 110 lobos em Espanha.
A maioria dos lobos-ibéricos em Espanha vive no Norte, nas regiões que agora se opõem à medida aprovada: Castela e Leão, Galiza, Astúrias e Cantábria. Produtores agro-pecuários manifestaram também o seu descontentamento face a esta medida, por causa dos recorrentes ataques a rebanhos.
Em Dezembro, a Coordenadora de Organizações de Agricultores Ganadeiros (COAG) estimou uma perda de quase 2 milhões de euros para a actividade pecuária de Castela e Leão, em consequência dos ataques de lobos em 2019, que vitimaram quase 4000 animais.
Na manhã da votação da proposta, Juan Carlos Suárez-Quiñones, conselheiro de Meio Ambiente de Castela e Leão, disse que actualmente o lobo está “gerido de forma sensata e ordenada”, refere o El País, e considera que a sua inclusão na lista de espécies selvagens em regime de protecção especial não surge por “razões de conservação, mas sim ideológicas”. Já para os grupos de defesa do ambiente e dos animais trata-se de uma vitória que determina o futuro da espécie. Caberá agora ao Ministério para a Transição Ecológica dar seguimento à medida.
Em Portugal, o lobo-ibérico é uma espécie “em perigo” e, de acordo com a Convenção de Berna, tem estatuto de “estritamente protegida”.
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